Principais desafios do Brasil e do RS apresentados na palestra Perspectivas econômicas em tempos de incerteza

Nesta segunda-feira, dia 12 de maio, a palestra Perspectivas econômicas em tempos de incerteza: principais desafios do Brasil e do RS reuniu empresários e gestores das empresas associadas e filiadas ao SINDIMETAL RS.

A atividade teve lugar na sede da entidade, junto ao Centro das Indústrias, em São Leopoldo, e contou com a presença do economista-chefe do Sistema FIERGS, Giovani Baggio. Ao saudar os participantes, o diretor executivo Valmir Pizzutti destacou a importância de temas desta relevância, que atualizam os empresários, com informações revisadas, e sinalizam o ambiente econômico desenhado até o final do ano.

Uma abordagem sobre os principais cenários econômicos e perspectivas para 2025, com foco nas variáveis macroeconômicas mais relevantes, como taxa de câmbio, inflação e juros, esteve em evidência. Na pauta, também, aspectos relacionados a incerteza no cenário internacional, especialmente devido às tensões geopolíticas e suas consequências nas projeções globais, além do impacto junto ao Brasil.

A trajetória preocupante das contas públicas brasileiras, com reflexos diretos na estabilidade econômica foi analisada. Com destaque para os efeitos junto a política fiscal e monetária, assim como a situação do Estado, após a tragédia climática, bem como os desafios econômicos ainda enfrentados, na recuperação e no fortalecimento de sua economia local.

Segundo Giovani, “em 2025, com os reflexos da guerra comercial, o PIB do mundo deve crescer menos em relação ao observado nos últimos anos; a inflação deve ser relativamente menor, mas com riscos de alta. O índice de incerteza política está em patamares próximos ao registrado no auge da pandemia e o comercial está muito acima do verificado no primeiro Governo de Trump, nos EUA”, reforça o economista.

DESTAQUES – O tarifaço de Trump apresenta cinco pontos principais, indica o palestrante. “A Guerra comercial nunca é um fator bom: Estados Unidos colocar a tarifa é um problema, mas as retaliações é que transformam o conflito em guerra comercial sem vencedores — o comércio mundial só perde”. Outro ponto a destacar: “ficou barato para o Brasil pois as tarifas de Trump miraram especialmente nos países asiáticos, enquanto o Brasil e a América Latina foram relativamente poupados”.

O Brasil deve agir com pragmatismo. Não somos um ator de grande peso no comércio internacional, pois nos falta escala para sustentar os confrontos tarifários. O Rio Grande do Sul precisa ficar atento (riscos x oportunidades), sendo que os principais produtos exportados para os EUA — tabaco, armas de fogo, celulose, calçados e madeira — podem virar alvo ou ganhar espaço, dependendo da direção da política americana”. E, uma ressalva: “o momento exige cautela, pois precisamos saber se as tarifas são uma estratégia comercial duradoura ou apenas uma tática de negociação”, alerta Giovani.

Os EUA e a China anunciaram suspensão das tarifas por 90 dias. “A retomada de diálogo entre EUA e China representa um passo positivo para o comércio mundial, diminuindo as tensões econômicas. De maneira geral, é algo positivo para o Brasil, especialmente se a China conseguir manter seu fluxo de exportação para os EUA e não redirecionar seus produtos para outros destinos exportadores”, enfatiza.

O movimento diminui as chances de o Brasil potencializar as suas exportações para a China, e a oportunidade é viabilizada pela realocação das cadeias produtivas. “Retomada do fluxo comercial bilateral, segundo Valor Econômico, a disputa tarifária paralisou quase US$ 600 bilhões em comércio bilateral, interrompendo as cadeias de suprimentos, gerando temores de estagflação (junção entre as palavras estagnação e inflação) e desencadeando algumas demissões”, afirma.

Para o economista, a incerteza fiscal de um déficit nominal atingiu máximas históricas. As contas públicas desajustadas acarretam uma inflação e juros em alta. Segundo estimativas, o PIB do Brasil deve crescer perto de 2%, em 2025.  Já o PIB do RS, em 2024, foi puxado pelo Agro e Serviços. A Indústria brasileira apresentou desempenho superior em relação à Indústria do RS, em 2024.

“Os principais problemas da indústria de Transformação do RS são relacionados a falta ou o alto custo de ter acesso a trabalhador qualificado. Também as demissões a pedido e o total de desligamentos, na indústria do RS e na região, próxima a São Leopoldo, têm aumentado, ampliando a falta de mão de obra”, comenta Giovani.

O momento econômico exige cautela e prudência na tomada de decisões, conclui o economista-chefe da FIERGS.

IMAGENS: Marketing SINDIMETAL RS
Jornalista Neusa Medeiros – Assessora de Imprensa | Edição 3 Comunicação Empresarial

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