O desafio da transformação cultural

A sociedade brasileira vem sendo sacudida e fortemente impactada por grandes ondas de mudança. Mudanças políticas, sociais, econômicas e também mudanças estratégicas nas empresas. Os gestores vivem um desafio diário de conhecer, entender e participar desta era exponencial, onde o uso intensivo de tecnologia leva a uma velocidade de transformação nunca antes experimentada, trazendo consigo os benefícios, mas também calafrios aos líderes dessa transformação para conseguir mudar o mindset e convencer suas equipes a embarcarem nessa jornada.

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, até 2022, mais da metade da força de trabalho das empresas necessitará de um redirecionamento e aprimoramento de suas qualificações profissionais. Segundo esta mesma fonte, espera-se uma redução de horas de trabalho realizadas por mão de obra humana de 71% para 58% nesse período, com a migração das competências profissionais chegando a 35% dos trabalhadores atuando com alguma forma de Inteligência Artificial.

A transformação digital é um fato e a centenária Lei de Darwin continua válida, os mais adaptados terão maiores chances. No entanto, não podemos nos esquecer que por mais digital que o mundo se torne, a estratégia e o controle continuarão com as pessoas e, portanto, não será suficiente que as empresas invistam somente na transformação digital. A proficiência em novas tecnologias será fundamental, mas a transformação cultural plena passa pelas competências humanas, como criatividade, proatividade, protagonismo, habilidade em negociação e resiliência.

Não haverá mudança sem pessoas com inteligência emocional, habilidade em liderança, pensamento crítico e dispostas a mergulhar fundo na solução de problemas complexos (muitas vezes com origem no comportamento humano e não em máquinas e tecnologias). Responsabilidade social, ambiental e ética complementam o perfil dos mais adaptados a sobreviver.

Aliás, a ética também é parte fundamental dessa transformação. Não podemos nos orgulhar do “jeitinho brasileiro” quando ele estiver sendo usado a favor da malandragem, da desonestidade e da corrupção. Que nós, como indivíduos ou como representantes de nossas empresas, sintamos orgulho de valorizar a criatividade e a flexibilidade do “jeitinho brasileiro” daqueles que não infringem procedimentos, regras ou leis e sejamos intolerantes com o improviso e a criatividade dos desonestos e imorais que beneficiam alguns e prejudicam muitos.

Os especialistas em dinâmica social usam uma abreviatura para explicar o mundo de hoje. Eles dizem que o mundo é VUCA (em inglês) ou VICA (em português). Volátil, incerto, complexo e ambíguo. E eles tem razão! O mundo muda em velocidade muito acelerada e com destino incerto, proporcionando várias respostas para uma mesma questão.

Por fim, devemos acreditar que nesse mundo VUCA em que já estamos inseridos sempre haverá oportunidades para pessoas éticas que gostem de tecnologias, mas que sejam acima de tudo apaixonadas por pessoas. Pessoas que saibam que o futuro depende dos cenários mundiais, dos governos, das instituições, das empresas, mas que continuem acreditando que a mudança começa com cada um de nós. Não será fácil, mas precisamos ter a coragem de começar. E podemos começar agora, dentro de nossas casas, nossos condomínios, nossos grupos de amigos, na nossa empresa. O SINDIMETAL RS está engajado nesse desafio de tornarmos nossas empresas cada vez mais preparadas e competitivas para a nova realidade que já estamos vivendo, e assim mostrar o seu comprometimento na construção de um País melhor para todos os brasileiros. Contem conosco!

Jean Carlo Peluso
Vice-Presidente do SINDIMETAL RS
Artigo publicado no Espaço SINDIMETAL 77

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