Encerrando 2025 com palestra econômica no SINDIMETAL
O Cenário Econômico 2026:tensões globais, desafios internos e perspectivas regionais resume a pauta do encontro que reuniu cerca de 50 empresários e gestores das empresas associadas e filiadas ao Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico de São Leopoldo (SINDIMETAL RS), no dia 16 de dezembro, para ouvir o economista-chefe do Sistema FIERGS, Giovani Baggio.
A atividade teve lugar na sede da entidade, junto ao Centro das Indústrias, em São Leopoldo, com recepção e Coffee às 16h30min, seguido da respectiva palestra, às 17h.
Ao saudar o público presente, o presidente da entidade, empresário Sergio Galera, enfatizou que “entre tantas incertezas econômicas e políticas esperamos sempre com ansiedade por essa palestra, que nos sinaliza alguns caminhos. O segundo semestre tem sido mais acelerado. As notícias mudam a toda hora, com problemas fiscais no Brasil e duras questões internacionais”, afirma. “Que tenhamos sabedoria para seguir conduzindo as nossas empresas”.
A palestra abordou os principais cenários econômicos e perspectivas para 2026, com foco nas variáveis macroeconômicas mais relevantes, como taxa de câmbio, inflação e juros. Foi discutida a incerteza no cenário internacional, especialmente devido às tensões geopolíticas e suas consequências nas projeções globais, além do impacto dessas incertezas no Brasil. Tendo sido analisada a trajetória preocupante das contas públicas brasileiras, destacando como isso afeta a política fiscal e monetária, além da atividade econômica.
O palestrante enfatizou a situação do Rio Grande do Sul, com sua economia bastante vinculada ao desempenho do agronegócio. Um momento de muita informação, que merece sempre ser prestigiado, pela relevância do conteúdo pontuado.
CONSIDERAÇÕES – A economia global deve encerrar o ano com expansão de 3,2%, seguida por uma projeção de 3,1% para 2026. Os Estados Unidos devem crescer 2% em 2025 e 2,1% no ano seguinte.
“O cenário internacional ganhou uma importância enorme nas análises de economistas e empresas neste ano. Vivemos um contexto de forte tensão, marcado por guerras e conflitos no Oriente Médio. Por outro lado, também surgem oportunidades para o próximo ano, como o acordo Mercosul–União Europeia, a abertura de novos mercados na Ásia e a possível estabilização da Argentina. Além disso, contamos com um agronegócio robusto, impulsionado por uma boa safra no Brasil”, ponderou o economista-chefe.
O Rio Grande do Sul deve encerrar o ano com crescimento de 1,6% no Produto Interno Bruto (PIB). O resultado fica abaixo da projeção para o Brasil, estimada em alta de 2,1%. “Esse dado ocorre em meio ao ambiente conturbado nas relações internacionais, marcado pelas taxações dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros – que afetam especialmente os gaúchos –, da dificuldade da indústria de ganhar tração e da retração de 4,7% no PIB da agropecuária, fortemente impactada pela estiagem. A perspectiva da Unidade de Estudos Econômicos é de crescimento de 2% para o PIB industrial em 2025”, sinaliza Giovani.
Segundo o economista, na indústria, a perda de dinamismo ficou evidente a partir do segundo trimestre de 2025. Após sinais de reação no fim de 2024, a atividade voltou a enfraquecer, pressionada pelos juros elevados, pelas incertezas fiscais, pelos gargalos logísticos remanescentes das enchentes, por problemas sanitários e, sobretudo, pelos efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos.
“Entre agosto e novembro, as exportações industriais gaúchas para o mercado americano recuaram fortemente, resultando em perda de US$ 252 milhões ante o mesmo período de 2024. Mantidas as condições atuais, projeta-se que a Indústria de Transformação do RS exporte cerca de US$ 1,1 bilhão aos EUA em 2026, ante aproximadamente US$ 2 bilhões em um cenário sem tarifas, uma perda estimada de cerca de US$ 900 milhões”.
Para 2026, é prevista uma retomada mais robusta da economia estadual, com avanço estimado de 2,9% no PIB, superior à expectativa de 1,9% para o Brasil. O desempenho deverá ser impulsionado sobretudo pela agropecuária, que pode registrar forte recuperação e crescer 17,6%. A indústria, por sua vez, deve apresentar expansão modesta, da ordem de 0,8%. O setor de serviços também tende a acompanhar o movimento de crescimento, embora em magnitude menor (1,7%) que a agropecuária.
“As expectativas para o próximo ano são de uma boa safra. O Rio Grande do Sul deve crescer mais do que o Brasil, impulsionado pelo agronegócio. Já a indústria deve apresentar crescimento menor devido aos juros elevados e às tarifas americanas, que nos impactam significativamente”, afirmou o economista-chefe, Giovani Baggio.
No encerramento do evento, que marcou a última agenda de atividades deste ano, no SINDIMETAL RS, o diretor-Executivo, Valmir Pizzutti, agradeceu a presença especial de todos, desejando um abençoado Natal. “Que 2026 seja um ano venturoso, que os negócios prosperem e que a entidade, juntamente com as empresas, siga crescendo sempre”, concluiu Pizzutti.
Acesse as informações completas: https://observatoriodaindustriars.org.br/inteligencia-estrategica/balanco-2025-perspectivas-2026/



Imagens: Divulgação SINDIMETAL RS
Jornalista Neusa Medeiros – Assessora de Imprensa | Edição 3 Comunicação Empresarial
