Balanço 2019 e Perspectivas para 2020

Empresários e gestores estiveram reunidos ontem, para assistir o economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), André Nunes de Nunes, que apresentou um balanço do ano, a partir da análise dos cenários nacional e internacional, destacando, também, as tendências econômicas para 2020.

A iniciativa foi do SINDIMETAL RS, em parceria com o Sindicato da Indústria de Máquinas e Implementos Industriais e Agrícolas de Novo Hamburgo e Região (SINMAQSINOS). Ao saudar os presentes, o presidente da entidade, empresário Sergio Galera, destacou a importância de ações desta natureza, que contribuem para ampliar o conhecimento sobre o atual contexto econômico.

Segundo o economista, o Estado terá um crescimento do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) de 2,6% em 2019, superior ao do País, que aumentará 1,1%, mas que será reduzido para 1,8% no próximo ano. “Dois fatores principais contribuíram para o resultado da economia gaúcha em 2019: a elevada produtividade da colheita de grãos em relação à safra de 2018 (incremento de 6,1%, enquanto a brasileira foi de 3,8%) e o bom desempenho da Indústria de Transformação no primeiro semestre, com forte crescimento, puxado pelo desempenho da fabricação de veículos automotores (+21%)”, afirma o economista.

PERSPECTIVAS – André Nunes destacou, que mesmo completando o terceiro ano consecutivo de crescimento, as economias do Brasil e do Rio Grande do Sul, no final de 2019, ainda operam muito aquém do período pré-crise, com a produção física industrial do Estado mais de 14% abaixo do pico. Mas o economista vê perspectivas positivas a partir do ano que vem. “Se para a economia global o melhor já passou, tendo em vista a aproximação do fim de um longo ciclo de crescimento, no caso do Brasil, o pior já passou”, afirmou ele, observando que o menor avanço do PIB gaúcho para 2020 em relação ao Brasil se explica porque o Estado partirá de uma base de crescimento mais elevada.

Já o desempenho nacional, embora houvesse a expectativa de retomada mais vigorosa no início de 2019, foi influenciado por diferentes fatores: a queda da demanda externa, especialmente da Argentina; o patamar das taxas de juros ainda alto e insuficiente para estimular a economia; e a incerteza em relação à aprovação da Reforma da Previdência, promulgada apenas em novembro. Além disso, o desempenho da indústria nacional foi afetado também pela queda na Indústria extrativa (-9,8%) em função do desastre de Brumadinho.

Em relação ao mercado de trabalho, a expectativa de queda no desemprego e maior geração de vagas formais, bem como a inflação baixa e controlada, têm impacto positivo sobre a renda. Por sua vez, a taxa de juros em níveis historicamente baixos deve melhorar as condições de crédito para empresas e famílias. Soma-se a isso a confiança elevada demonstrada pelos empresários, principalmente após a Reforma da Previdência e o comprometimento do governo com a continuidade da agenda de reformas. É preciso, ainda, melhorar a confiança dos consumidores, essencial para retomada mais robusta.

Para 2020, a FIERGS projeta que o crescimento esperado para o PIB terá como principal vetor a continuidade do processo de expansão do mercado consumidor interno. A melhora na confiança dos consumidores – impactados pela liberação de recursos do FGTS – e a evolução positiva do mercado de trabalho, bem como as taxas de juros e inflação baixas, proporcionam as condições para a aceleração do crescimento no próximo ano.

“O desafio de longo prazo da economia brasileira e gaúcha reside na necessidade de elevação da competitividade e produtividade dos trabalhadores”, finaliza o economista.

Mais informações em www.fiergs.org.br/numeros-da-industria/balanco-economico-e-perspectivas.

Neusa Medeiros
Jornalista | Reg. Profissional nº 5.062
Assessora de Imprensa do SINDIMETAL RS
Edição 3 Comunicação Empresarial

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