A internet e as nossas indústrias, como se conectarão?
O mundo hoje está cada vez mais conectado. Empresas usam a internet para quase todas as atividades e as pessoas se relacionam com diversas finalidades através da rede mundial; e agora “a internet das coisas”, que conectará tudo o que está a nossa volta a essa rede mundial. E as nossas indústrias, nossas máquinas, nossos colaboradores, como se enquadram nesse contexto? Ficarão à margem, participarão ou apenas observarão?
A indústria 4.0 já chegou independente de estarmos preparados ou não. Cabe a cada empresa discutir como será sua inclusão nesta nova rede e, principalmente, entender que precisam colaborar entre si para que possamos atingir os níveis de produtividade das empresas americanas e europeias.
Os primeiros sinais da indústria 4.0 se deram com o uso dos robôs nas linhas de produção, executando tarefas que eram insalubres ou impossíveis ao ser humano. Hoje coexistem e, como mencionado pelo empresário Clóvis Tramontina, o uso dos robôs facilitou o trabalho de seus colaboradores e deu confiabilidade aos processos produtivos. Para aumentar a produtividade e manter nossas empresas competitivas precisaremos usar a facilidade que a tecnologia nos proporciona para diminuir drasticamente paradas de máquinas e manutenções desnecessárias. Ganhos fáceis de serem entendidos, mas como fazer para produzir uma peça customizada ao custo de uma produção em escala, objetivo dessa nova revolução industrial?
A nova tecnologia de produtos e equipamentos para a indústria está criando a possibilidade de preparar as máquinas para produções cada vez mais customizadas com custos cada vez menores. Hoje, podemos acessar as máquinas mesmo à distância e substituir componentes danificados, e parametrizá-los sem a necessidade da presença física do técnico especializado já é possível também, permitindo redução de custos e abrindo a possibilidade de negócios em todo o mundo. É a globalização em sua plenitude. Entender e usufruir de todos esses benefícios implicará na quebra de muitos paradigmas. Mas como fazer isso sem associar-se a outras empresas em um ambiente tão escasso de pessoas e recursos financeiros?
Existem diversas maneiras de adquirir novos conhecimentos. Podemos parar e estudar o assunto; contratar uma consultoria ou ainda fazer as duas coisas. Qual o valor investido para isso e o tempo necessário para que essa curva de aprendizado aconteça? Por que não usarmos nossos sindicatos patronais para aprender e compartilhar sobre as novas tendências? Assim daremos condições às pequenas empresas de competirem e desenvolverem parcerias em conjunto com as empresas tradicionais, buscando redução de custos e novos mercados através da inovação.
Lamentavelmente, estamos muito longe desse nível de associativismo. Os interesses individuais e/ ou de pequenos grupos ainda prevalecem. Precisamos refletir e encontrar caminhos para que o todo prevaleça e que possamos recuperar a relevância econômica e social dos áureos tempos. Juntas, nossas empresas poderão vencer essa barreira cultural, onde o coletivo deve prevalecer.
Andrea Peres Gremes Pereira, Giuliano Hoffmann e Tiago Simioni
Grupo Desenvolvimento de Lideranças – Turma 2