Palestra sobre Cenário Econômico e Perspectivas para 2023 reúne empresários no SINDIMETAL

Destinada a empresários e gestores das empresas associadas e filiadas ao SINDIMETAL RS, a palestra Cenário Econômico e Perspectivas para 2023: o novo ciclo numa economia reconfigurada ocorreu, no dia 12  de dezembro, em parceria com a FIERGS. A pauta esteve a cargo do economista-chefe do Sistema FIERGS, André Nunes de Nunes, junto ao Centro das Indústrias, em São Leopoldo.

Ao saudar cerca de 70 participantes, o diretor Executivo do SINDIMETAL RS, Valmir Pizzutti, destacou a iniciativa, que visa abordar os possíveis desdobramentos do cenário político para a economia em 2023 e as perspectivas de médio prazo. O presidente da entidade, empresário Sergio Galera, enfatizou a importância do segmento se manter unido e participativo, em prol do fortalecimento da indústria.

Na palestra foram abordadas as previsões para os principais indicadores da economia internacional, brasileira e gaúcha, como crescimento do PIB, renda, emprego, índices de preços e taxa de câmbio. A demanda reprimida e reabertura do setor de serviços, o impulso fiscal causado por meio de programas sociais e redução de impostos, e uma demanda externa ainda elevada, contribuíram para manter a atividade econômica aquecida no Brasil em 2022, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS).

A expectativa para o ano é de um crescimento estimado de 3,1% na economia brasileira. Já para 2023, as expectativas são de redução no ritmo do avanço, para 1%. Na avaliação da FIERGS, o resultado futuro dependerá da capacidade do novo Governo Federal e do Congresso Nacional de sinalizarem a continuidade da agenda de reformas e adotarem medidas que garantam o equilíbrio das contas públicas e da dívida no longo prazo, condição que cria um ambiente de estabilidade para que o Banco Central possa iniciar um ciclo de baixa dos juros o quanto antes.

Já a indústria do Rio Grande do Sul, de acordo com análise elaborada pela Unidade de Estudos Econômicos (UEE) da FIERGS, apresentará um desempenho modesto em 2022, com resultados diversos entre os seus segmentos, mesmo diante da recuperação da economia nacional. O PIB da indústria brasileira (Transformação, Construção, Extrativa e os Serviços Industriais de Utilidade Pública) deve encerrar o ano com avanço de 1,5%, enquanto a indústria gaúcha tende a crescer 2,5%. O segmento de Transformação foi o mais afetado pela conjuntura turbulenta e pelos entraves nas cadeias de suprimentos, principalmente no primeiro semestre.

Os seis primeiros meses de 2023 serão importantes para entender qual a orientação da política econômica para os próximos quatro anos, destacou o economista-chefe da FIERGS, André Nunes de Nunes. Para a inflação, o IPCA, que chegou a acumular alta de 12,1% no quarto mês do ano, encerrará 2022 em 5,8%. Segundo a FIERGS, a ação do Governo Federal em promulgar a PEC dos Combustíveis reverteu o cenário e trouxe consigo três meses seguidos de desinflação.           

No cenário internacional, o ano foi caracterizado por grandes eventos internos e externos que mudaram a trajetória inicialmente esperada para a economia. O abrandamento da pandemia nos países do Ocidente e a invasão da Ucrânia serão os dois acontecimentos mais lembrados, provocando impactos na economia mundial, como a crise energética, a aceleração da inflação e o aperto nas taxas de juros.  Mesmo com desaceleração em relação a 2021, a economia mundial deverá crescer 3,2% em 2022.

PERSPECTIVAS

Para a FIERGS, o crescimento esperado para 2023 no Brasil encontra como obstáculo também a tendência de acomodação no avanço do volume de serviços. Pelo lado da política fiscal, há incerteza acerca do tamanho do gasto extra-teto que será aprovado, mas uma expansão das despesas na ordem de R$ 200 bilhões traria mais impactos negativos pela via financeira e da perda de confiança do que um ganho de crescimento em decorrência do maior consumo.

Para a economia do Rio Grande do Sul, a recuperação da produção agrícola deve resultar em uma taxa de crescimento elevada. O aumento estimado na produção da safra de grãos é de 52,5%, conforme prognóstico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa é alta de 5% da economia gaúcha.

 As perspectivas para a indústria não são muito diferentes de 2022. A produção industrial deve ter mais um ano de crescimento, embora baixo. Tendo como únicos vetores positivos a normalização completa da cadeia de suprimentos e menores pressões sobre os custos, o PIB da Indústria brasileira e da gaúcha devem crescer, em 2023, 1% e 1,2%, respectivamente.

A indicação de baixo crescimento mundial, com reflexo nos preços de commodities, e o prognóstico de uma boa safra no ano que vem, favorecem os níveis de inflação no Brasil, que deverá encerrar 2023 em 5,2%. Segundo o economista, “o Brasil tem tudo para estar num novo ciclo de crescimento”.

Dados completos dos estudos econômicos da FIERGS podem ser consultados aqui.

Fonte: FIERGS

  

Jornalista Neusa Medeiros – Assessora de Imprensa | Edição 3 Comunicação Empresarial

Fotos: Divulgação SINDIMETAL RS

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